quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Menmória da Política Cultural:ANINHA FRANCO SOLTA O VERBO

Saiu na revista semanal do Jornal A Tarde de 28.09.08

FALTA CULTURA PARA PROMOVER CULTURA

O Ministério da Cultura foi criado por José Sarney(1985), autor, também, do IDH do Maranhão. Em 1990, o MINC foi extinto com outros orgãos culturais por Collor de Mello, indignado com a rejeição dos artistas à sua candidata. Itamar Franco assumiu e prometeu tornar o MINC um ministério, implorou que alguém ocupasse o cargo de ministro até que Antonio Houaiss aceitou denunciando que o orçamento não sustentaria uma secretaria estadual, ausência total de infra-estrutura e uma lei anacrônica criada por Paulo Rouanet (1991) inspirada na velha proposta estadunidense de Estado Mínimo e mercado máximo que está desmanchando no ar.
Houaiss saiu sem vitórias, em 1993, e Jerônimo Moscardo assumiu disposto a fazer uma revolução ateniense na cultura brasileira, mas foi ejetado do cargo antes de começar pelos fenícios que implantaram o plano real. Então o MINC, que, de 1985 a 1994, teve nove ministros, aprumou-se no governo de FHC 8 anos, tutelado por Francisco Welffort, um petista de origem, pensando a cultura brasileira via lei de incentivo neoliberal, lei de audiovisual paternalista planejada por Antonio Houaiss(1992), em estrutura administrativa bichada, montada provisóriamente por Celso Furtado. 
Esse ministério "frankensteinizado", patrocinou de 1996 a 2002, com pequenas variações, via Lei Rouanet, 0,4% de projetos na região Norte, 2,1% no Nordeste, 2,9% no Sul, 5,1% no Centro-Oeste e 89,5% no Sudeste, ignorando as subsistência de grupos e artistas, e criando, entre outras monstruosidades, a "bróduel" paulista que recebeu milhões do nosso suado e dificil dinheirinho.
Gilberto Gil assumiu o ministério em 2003, com o poder midiático para alterar esse aspecto e fazer do MINC um ministério. Mas, amamentou o Frankenstein de Welffort até 2008, realizando, de importante, apenas os pontos de cultura, que só podem dar bons resultados se houver investimento em artistas e grupos. É Juca Ferreira que vai desfrankensteinizar o mostro? Acho dificil. Citando um artista baiano do século 20, o diretor Márcio Meirelles, ainda falta cultura pra se investir em cultura no Brasil. É isso. 
(Trilha Aninha Franco- Jornal A Tarde/28.09.08)

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